Eu sei escrever. Escrevo cartas, bilhetes, lista de compras, composição escolar narrando o belo passeio à fazenda da vovó que nunca existiu porque ela era pobre como Jó. (Adélia Prado in Terra de Santa Cruz) “Não gosto dessa folha grande – toda branca. Vou ter que escrever tudo isso? Tem que escrever?” (fala de Gustavo – 10 anos – 3a etapa do 1o ciclo) Não é só o Gustavo que não gosta de grandes folhas em branco. Na escola, a língua como inescapável lei parece prevalecer sobre a linguagem e o desejo. (Zaccur, 2000, 122) E o nosso desejo, onde fica? Para onde vai? Em todos os tempos, famosos escritores e compositores passaram pelo tormento da “folha em branco”. Graciliano Ramos dizia que escrever dava muito trabalho e escrever romances era muito penoso. Ao refletir sobre a “escrita” e sua função social no Cotidiano Escolar percebemos o quanto nós, educadores, nos tornamos rígidos e autoritários ao cobrar de nossos alunos “a escrita infalível” que não “má seg
Literatura das Margens _ Literatura e Educação