Pular para o conteúdo principal

Postagens

"Meninos não choram" por Patricia Porto.

Chad Crouch. Por que faz tanto frio lá fora? Fora do círculo o fogo dissolve a aspereza das mãos. Perto do fogo o veto é desumano em degelo. Hoje me sentei ao lado de um menino, um menino negro, um menino que estava preso, mas podia ir à escola, Seu nome Maicon como o de um Rei que desvaneceu.  “Tráfico e roubo, mas tenho bom comportamento.” A professora deprimida mal conseguia lhe estender o olhar, presa no frio da navalha de sua cadeira. Os dois, lado a lado,  juntos aqueciam seus corpos num latão imaginário. Juntando melodramas coloridos ao fogo. “Depressão, mas me readapto bem.” Como espíritos avulsos e sem reconhecimento, errantes nas sobras das ruas marginais. Na sala de espera ficamos por mais de quatro horas sem controle remoto para estancar o tempo. A professora readaptada, o menino do reformatório, quatro horas e meia de espera. Ela já vem. Ele já vem. A Polícia. A ambulância. A cura. A morte.   A máquina de  ocultar  nossos desaparecimentos. Ninguém ch

"Reflexos" por Ryane Pinto.

Irina Dobrescu. O trabalho começa bem cedo                                    E só à tarde termina De quantos versos preciso Para escrever essa rima? O dia é cansativo É quente e cansa a retina Como fazer crescer Uma ideia ainda menina? Como alfabetizar Fazer aprender o que se ensina? Como dar à leitura O brilho da purpurina? Como fazê-la doce Com sabor de gelatina? Ivo viu a uva Na cartilha com naftalina Como ampliar horizontes Ver além, até a China? Como selecionar Juntar o significado, feito vitamina? Issa Gallego Como compreender a lógica Sem ter um olhar de cima? Como garantir o direito A uma educação em que se opina? Em que se possa ter voz Sem que haja alguém que reprima? Onde haja espaço pra vida Entrar pela sala, sacudindo a cortina? E ninguém seja capaz De calar qualquer imaginação que se exprima A beleza que há na justiça Nos encoraja e contamina Mas, como encontrar uma forma De continuar subindo a col

Autismo e Síndrome de Asperger.

                   Alex, um adolescente de 16 anos, explica de forma clara e muito sensível como é viver, sentir e aprender tendo Síndrome de Asperger.              Animação australiana que retrata a história de "uma amizade bem diferente" entre Mary e Max. Um filme muito delicado sobre a Síndrome de Asperger. Para conhecer um pouco mais sobre o Autismo e a Síndrome de Asperger.:    http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-44462006000500002&script=sci_arttext Revista Brasileira de Psiquiatria Print version  ISSN  1516-4446 Rev. Bras. Psiquiatr. vol.28  suppl.1 São Paulo May 2006 http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462006000500002  Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. Ami Klin Yale Child Study Center, Yale University School of Medicine, New Haven, Connecticut, USA RESUMO Autismo e síndrome de Asperger são entidades diagnósticas em uma família de transtornos de neurodesenvolvimento nos quais ocorr

UM QUARTO DO TAMANHO DE UM SONHO. Poema e ilustração.

Toda criança merece um quarto do tamanho do seu sonho. Se não for um quarto, um espaço, um lugar, um território que ela possa brincar, conversar com seus amigos imaginários, criar suas histórias, imaginar mundos distantes e viajar em toda mais lúdica imaginação.  Rebecca Green "Um quarto do tamanho Do meu corpo   – E o quarto Preenchido" Ana Luísa Amaral/Rebecca Green www.facebook.com/andante.associacao.artistica

A PEDAGOGIA DO PALAVRÃO, de Gabriel Perissé,

                             Faz parte da linguagem. Já faz até parte da linguagem televisiva. Há tempos faz parte do nosso cotidiano e da língua que transgride. Sabemos que todo excesso é ruim. Mas como a escola pode  lidar com essa realidade linguística sem castrar?         O artigo A PEDAGOGIA DO PALAVRÃO, de Gabriel Perissé, está publicado na edição de março/2013 da Revista Educação. Imperdível para pais e professores, para  todos aqueles que educam crianças e adolescentes.

LULU E O BABO.

LULU TEM UM SAPO E O NOME DELE É BABO. QUANDO LULU ESTÁ COM SONO ELA LOGO  LEMBRA DO AMIGO: BABO! BABO! BABO! A MAMÃE E O PAPAI PROCURAM POR TODA CASA. ONDE ESTÁ O BABO? ONDE ESTÁ O BABO? PAPAI COLOCA AS MÃOS NA CABEÇA. MAMÃE  OLHA DEBAIXO DAS CAMAS. OH, NÃO, O BABO SUMIU! O QUE VAMOS FAZER? MAMÃE TRAZ ENTÃO UMA COLEÇÃO DE SAPOS: O SAPO GRANDE E SORRIDENTE, O SAPO QUE CANTA QUE NÃO LAVA O PÉ, O SAPO VERMELHO E PEQUENO, O SAPO QUE ABRAÇA UM CORAÇÃO. MAS LULU NÃO QUER NENHUM OUTRO SAPO A NÃO SER SEU BABO: BABO! BABO! BABO! DE REPENTE CHEGA O IRMÃO, PEDRO, O BOM: “AQUI  LULU! ENCONTREI SEU BABO NA BAGUNÇA DOS BRINQUEDOS!” O BABO TODO BABADO, TODO SUJINHO, É LOGO ABRAÇADO POR LULU. LULU AGORA ADORMECE COM SEU AMIGO DE SONHOS: BABO, BABO, BABO... OS DOIS BRINCAM FELIZES NO PLANETA DOS ETERNOS AMIGOS IMAGINÁRIOS. PATRÍCIA PORTO

A POESIA e a LEBRE

Lebre de Março, "Alice no País das Maravilhas". A POESIA e a  LEBRE                                  (Para a Poeta e Amiga Cristina Lebre) A Lebre tem um marido chamado Lebrão e muitos filhos... E todos eles sãos ligeiros, não gostam de perder tempo com bobagens, coisas que emperram ou maquinários que atrasam! As lebres têm peculiaridades infindas,   às vezes tímidas, mas gostam mais de viver em bandos. Até podem encontrar uma justa forma de solidão, mas trocam rápido por boa comida e amizade que seja fagueira. As lebres amam viajar, correr o mundo, desvelar novidades, descobrir as sutilezas de uma Torre ou o encanto de um Navio. Colecionam o Uni e o Verso nas paredes imaginárias de sua casa. Gostam de Verão, Inverno, do Outono, mas se deleitam mesmo com a Primavera. Ah, e as lebres apreciam muito as matas e as manhãs, principalmente as de Março. Conversam com os passarinhos, dão de beber aos bichos mais necessitados e adormecem