Irina Dobrescu. |
E só à tarde termina
De quantos versos preciso
Para escrever essa rima?
O dia é cansativo
É quente e cansa a retina
Como fazer crescer
Uma ideia ainda menina?
Como alfabetizar
Fazer aprender o que se ensina?
Como dar à leitura
O brilho da purpurina?
Como fazê-la doce
Com sabor de gelatina?
Ivo viu a uva
Na cartilha com naftalina
Como ampliar horizontes
Ver além, até a China?
Como selecionar
Juntar o significado, feito vitamina?
Issa Gallego |
Como compreender a lógica
Sem ter um olhar de cima?
Como garantir o direito
A uma educação em que se opina?
Em que se possa ter voz
Sem que haja alguém que reprima?
Onde haja espaço pra vida
Entrar pela sala, sacudindo a cortina?
E ninguém seja capaz
De calar qualquer imaginação que se exprima
A beleza que há na justiça
Nos encoraja e contamina
Mas, como encontrar uma forma
De continuar subindo a colina?
Como garantir a aprendizagem
Que também valorize o que se imagina?
Como evitar
Uma aprendizagem Severina?
A aranha tece a teia
E a teia parece fina
Como entender o que vai
Além do que o olho vê, a rua além da esquina?
Como permitir ao outro
Perceber que o não saber é construção e não sina?
Saber é ouro pra todos
É acesso de todos na mina
De que tamanho é o olhar
Que tenho da minha rotina?
Como cantar num coro
Numa voz que não desafina?
Onde o direito de todos seja o que predomina?
Como materializar
O caminho do outro como luz que ilumina?
Um caminho que se faz com o caminhar
Que segue e não desanima
Avaliando humanamente
E não como força divina
Sem que o foco seja o erro
Olhos de ave de rapina
E a gente conta história
Que escola com história combina
Pode ser história de monstro
Ou de herói e heroína
Desde que seja contada
Com clareza cristalina
Toda história é um mistério
Que escorrega feito margarina
Que enche a vida da gente
Penetra na carne feito vacina
E que toda experiência
Que não acaba quando termina
Fique registrada feito foto
Tão saudável quanto proteína
Seja alimentada com reflexão
Como carro é com gasolina
Que tenhamos corações e mentes abertas
Como olhos no susto do som da buzina
Que o conhecimento se infiltre e multiplique
Doce e fresco como tangerina
Suave como nasce a flor
Pétala da rosa
Pequenina...
Seyed Meysam Musavi |
(Por Ryane Pinto)
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