Araquém Alcântara E u me casei com uma veia Pra livrar da fiarada A veia disimbestada pariu dez De uma ninhada Passei mão num cacete Dei uma polada e matei Depois da veia morta Ainda pariu dezesseis Essa veia num era grande Era uma veia meon Dava vinte e cinco parmos Da pá pra junta da mão O dentinho dessa veia Derradeiro do queixá Dezesseis junta de boi Num arrancava do lugar A canela dessa veia Três coisas se inventou A canela deu uma barca, Uma prancha e um vapor A veia deu uma mijada Na mata da Ribeira Derrubou sessenta paus E vinte e cinco parmeiras Home, ainda disseram Que não foi mijada inteira A veia tava mijando às seis hora da manhã Quando o menino gritou :_ Vovó quero passar! “Espera meu netinho, que inda quero mijar" Mijou o dia inteiro. Quando feiz às seis da tarde O menino tornou a gritar: -Vovó, quero passar! “Passa meu netinho, que inda quero mijar" O menino foi passando Até dá água pra nadá. Morreu no mijo da
Literatura das Margens _ Literatura e Educação