CABEÇA DE ANTÍGONA - RELEASE
Maranhense, nascida em São Luís, radicada em Niterói, Patrícia Porto é formada em Literatura e mestre e doutora em Educação. Tanto como pesquisadora, quanto poeta, Patrícia Porto trabalha a memória como matéria prima de suas criações. CABEÇA DE ANTÍGONA (Ed. Reformatório, 2017) é o seu trabalho mais depurado no mergulho na memória. É o ponto alto de uma triologia poética.
Importante dizer que não se trata de memória ressecada, emoldurada ou de ninar. É a memória que nos faz o que somos e que pode surgir a cada decisão que tomamos, a cada ato do nosso dia a dia. Para Patrícia Porto, a memória é o passado – é uma passagem.
Sobre Pétalas e Preces (2014), seu primeiro livro de poesias, trazia memória como fundadora de ciclos e urdidora de ritos de passagem. Parafraseando o termo “romance de formação”, podemos dizer que os textos apresentados são “poesia de formação”, em que a poeta se apresenta em sua maturidade artística.
Diário de Viagem (2015), o segundo título, é uma experiência a que a autora se propôs. Num ano de perdas e lutas, Patrícia Porto escreveu um diário poético em que não se permitiu correções e reescrituras, em que não deixou que o trabalho estético pusesse sombra sobre o que a poesia é, em seu grito inicial. No livro, a memória surge como horizonte. Em Diário de Viagem, a memória não fica. Ao contrário, é o único lugar possível à frente.
E chegamos à CABEÇA DE ANTÍGONA. Nele, a memória não é fundadora nem salvadora. A memória é carne. É corpo. É mulher. É aqui e agora. É onde a memória encontra seu lugar no mundo – e onde pode enfrentá-lo. Não há dúvida que o corpo feminino é um campo de disputas, de desejos, de interdições, de promessas e de libertação. Mas quando esse corpo é também o corpo da memória, todas essas características são transpassadas pelo tempo passado e pelo hoje. O corpo é a casa da memória. E Cabeça de Antígona é a casa em que essa memória se diz, se afirma, se impõe e encara o futuro, como se o anjo de Klee, inspirador de Walter Benjamin, decidisse virar para frente e abrisse as asas.
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