Chad Crouch. Por que faz tanto frio lá fora? Fora do círculo o fogo dissolve a aspereza das mãos. Perto do fogo o veto é desumano em degelo. Hoje me sentei ao lado de um menino, um menino negro, um menino que estava preso, mas podia ir à escola, Seu nome Maicon como o de um Rei que desvaneceu. “Tráfico e roubo, mas tenho bom comportamento.” A professora deprimida mal conseguia lhe estender o olhar, presa no frio da navalha de sua cadeira. Os dois, lado a lado, juntos aqueciam seus corpos num latão imaginário. Juntando melodramas coloridos ao fogo. “Depressão, mas me readapto bem.” Como espíritos avulsos e sem reconhecimento, errantes nas sobras das ruas marginais. Na sala de espera ficamos por mais de quatro horas sem controle remoto para estancar o tempo. A professora readaptada, o menino do reformatório, quatro horas e meia de espera. Ela já vem. Ele já vem. A Polícia. A ambulância. A cura. A morte. A máquina de ocultar nossos desaparecimentos. Ninguém ch
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