A Maior Flor do Mundo, José Saramago. Logo na primeira página, sai o menino pelos fundos do quintal, e, de árvore em árvore, como um pintassilgo, desce ao rio e depois por ele abaixo, naquela vagarosa brincadeira que o tempo alto, largo e profundo da infância a todos nós permitiu... (...) Em certa altura, chegou ao limite das terras até onde se aventura sozinho. Dali para diante começava o planeta Marte, efeito literário de que ele não tem responsabilidade, mas com que a liberdade do autor acha poder hoje aconchegar a frase. Dali para diante, para o nosso menino, será só uma pergunta sem literatura: “Vou ou não vou?” E foi. As palavras de Saramago expressam um tempo subjetivo e cirandeiro, o tempo largo pertencido à infância. O narrador nos conta a história de um menino que por meio de uma janela pôde vislumbrar o mundo com seus “olhinhos” de desejo e vendo este mundo e toda sua riqueza de cores e acontecimentos, tornou-se um ‘buscador’ de algo mais, algo mais a bulir na alma, a
Literatura das Margens _ Literatura e Educação