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Mostrando postagens de agosto, 2017

"A cadela do fascismo continua no cio"

Norman Rockwell http://www.anf.org.br/a-cadela-do-fascismo-continua-no-cio/ Inicio este texto com a célebre frase de Bertoldt Brecht: "a cadela do fascismo está sempre no cio". Todos sabemos que os tempos de hoje são tempos favoráveis às criaturas sombrias. O grande cineasta, George A. Romero, “pai” dos filmes de zumbis, morreu há pouco tempo, mas nos deixou de herança esta simbologia dos mortos-vivos e vivos-mortos. O que retorna dos túmulo permanece  vivo, mas agora é vivo-morto. A cinematografia recente vem trazendo nas suas representações os efeitos drásticos de se viver numa terra arrasada por zumbis. Por isso mesmo faço a escolha desta duas imagens para falar do retorno do ódio neste período recursivo da história, do ódio que mora no coração dos homens e que retorna como super bactéria, se alastrando pelo ressentimento cíclico ou por uma nova forma vil e gratuita de contaminação via redes sociais. No Brasil, estamos vivendo tempos de terra arrasada, tempos

Os filhos esquecidos da educação

http://www.anf.org.br/os-filhos-esquecidos-da-educacao/ No Brasil, a lei sempre pode justificar os meios e os fins. Para fazer e para não fazer. Para desdizer ou maldizer. Ouço que a lei existe em todo o mundo, em todos os Estados – de direitos ou exceção. Por isso sempre me questiono sobre a verdade. Lei e verdade andam desde sempre juntas, para o bem ou para o mal. E será que vale a pena discutirmos o que é a verdade hoje? Será que estamos preparados para esta discussão ou será que estamos dançando no escuro, como se ainda estivéssemos na Caverna de Platão à espera de alguma luz? Na Grécia Antiga, era a mitologia que explicava os acontecimentos através de narrativas heroicas. Aquiles e Odisseu são heróis coletivos e fundadores. O que mais importava naquele tempo era a narrativa, porque por ela se conhecia os homens. Pela narrativa, chegávamos à fundação dos povos. Pela narrativa, um povo dizimava o outro e fundava um novo princípio. No poema épico, Aquiles se banha de

Deus mesmo, quando vier ao Brasil, que venha armado

armado/ http://www.anf.org.br/deus-mesmo-quando-vier-ao-brasil-que-venha-armado/                     Clarice Lispector tem um texto belíssimo que fala sobre as vantagens de ser bobo. O bobo que ao se tornar “o ignorado” – consegue levar a vida com aquela dose de sonho e crença no mundo. “Ignoscere” é um verbo em latim que significa “não conhecer”. A ignorância pode ser tomada aqui – nessa origem, como sinônimo do “se não conheço, desconheço e não reconheço”. Seria então o desconhecimento voluntário do que não reconheço. E se algo diz muito perto à esta ignorância é a nossa conhecida não–compreensão da alteridade, que existe um outro além de mim. Se não conhecemos não compreendemos, se não compreendemos não podemos ver. Daí a distopia que tanto nos atinge ultimamente. Em tempos de distopia cresce a dureza sem ternura que leva à incompreensão, à “indiferença” e leva à banalidade do mal.                       Viver é o nosso primeiro direito humano. E já disse a Elisa Lucinda q