Há narrativas-correntezas tão fortes que nos fazem mergulhar no outro que também somos. Parece algo muito fora de nós a princípio, dada a vertigem do encontro, mas vamos entendendo no percurso da leitura que é realmente da nossa intimidade que se alimenta, da nossa imediata identificação,dessa afinidade aguda que pode até mesmo nos interrogar e que se lastreia para dentro, nos investigando os porões, revirando os guardados, revelando vozes segredadas, aquelas que não cuidamos de registrar e que vão se misturando ao chão da vida, trajetórias de leituras que nos escapam... E é partindo deste princípio, do meu lugar de leitora e educadora, ambas encantadas, que ofereço uma modesta contribuição de olhar a "Outros Cantos" de Maria Valéria Rezende. Porque, se nos encantamos e ainda não fomos castrados nesta habilidade, é pelo olhar curioso, visitado por outros sentidos, que nos deixamos reconhecer no texto lido e amado. Em &qu
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